sexta-feira, 19 de agosto de 2011

[Mini Artigo] - REUSO DA CASCA DO COCO VERDE PARA A FABRICAÇÃO DE BRIQUETES









Mini-artigo escrito por alunos do 3° Semestre - UNIJORGE



Contextualizar a necessidade dessa tecnologia para Salvador-BA.

Porque ela é importante?

Qual a necessidade?

Como funciona a tecnologia?




Centro Universitário Jorge Amado. Curso Tecnológico em Gestão Ambiental – 3° Semestre.

Disciplina: Tecnologias Limpas. Docente: Luciana Mello.








MINI-ARTIGO


REUSO
DA CASCA DO COCO VERDE PARA A FABRICAÇÃO DE BRIQUETES





Ana
Carla Dias Fontana


Franklin
do Carmo Oliveira


Raquel
Silva Ribeiro


RESUMO


Salvador é uma cidade
litorânea e turística, e devido a isso a água do coco verde é muita apreciada.
As cascas do coco após o consumo de sua água muitas vezes são depositadas em
locais inadequados, o que vem a ocasionar a proliferação de vetores, causando
doenças à população.


O
aproveitamento da casca do coco verde para intervir nos espaços que ocupam em aterros,
evitando impactos ambientais e riscos a saúde, o que contribui na construção de
um novo cenário ao reutilizar estes resíduos para outros fins, como a produção
de briquetes.


O
estado da Bahia é o maior produtor de coco verde do Brasil durante todo ano,
obtendo a garantia desse recurso a sua disposição em seu beneficio, facilitando
na forma de captar esses resíduos. Viabilizando atender uma demanda, que se
torna viável pela grande quantidade do consumo.


Os
produtos fabricados a partir da casca de coco verde ao invés de serem
descartados são incentivos na preservação das florestas e suas espécies,
alavancando a economia e trazendo o desenvolvimento ao um novo setor promovendo
emprego e renda.





Palavras-chave: Casca
do Coco Verde, Briquetes, Aproveitamento, Impactos.





INTRODUÇÃO


A preocupação com a quantidade
de resíduos produzidos está em constante crescimento, com isso, tornou-se
necessário reduzir a extração dos recursos naturais, tornando exequível à
reutilização e reciclagem dos resíduos, impulsionando a geração de empregos e a
diminuição poluição ambiental.


Salvador é uma cidade litorânea,
onde sua população e turistas apreciam bastante a água de coco verde, mas este
consumo ocasiona a geração de grande quantidade de resíduo: as cascas do coco
verde, que são destinadas ao aterro sanitário.


O foco da pesquisa será as praias de Salvador,
especificamente o trecho do
Porto da
Barra a Ondina, onde tem maior concentração de barracas que vedem coco verde in natura, o seu consumo é durante o ano
inteiro, é o local da orla de Salvador onde gera maior impacto visual devido a
disposição inadequada dos resíduos gerados e esse acondicionamento inadequado
ocasiona a proliferação de vetores.


A melhor solução para o acondicionamento
inadequado dos resíduos gerados após a venda do coco verde in natura é o seu aproveitamento para a produção de outros
materiais. Essa tecnologia já vem sendo realizada nos estados do Pará, Ceará e
Rio de Janeiro, onde é realizado o beneficiamento da casca do coco verde para a
produção de briquetes, entre outros materiais, que são utilizados como lenha
para a cocção dos alimentos.


Segundo Lora (2002), o
aproveitamento do resíduo do coco verde para geração de energia por meio da
produção de briquetes constitui no uso sustentável de biomassa como combustível
não incrementando o teor de CO2 na atmosfera, já que este é
produzido durante a combustão equilibrando-se com o CO2 consumido
durante a fotossíntese.





IMPACTOS CAUSADOS COM A DISPOSIÇÃO INADEQUADA DAS
CASAS DE COCO


Os principais impactos causados
com a disposição do resíduo do coco verde:


·                   
O grande espaço
ocupado nos aterros: Todo o resíduo do coco verde que é gerado em Salvador, quando
coletado, é disposto no aterro sanitário. Este tipo de resíduo leva de 08 a 12 anos para se decompor
e, pela sua forma e composição ocupa grande espaço no aterro dado ao seu
volume. A alternativa para aumentar a vida útil do aterro é o aproveitamento da
casca do coco verde já que uma parte muito grande de resíduo não será disposta no
aterro.


·                   
A proliferação de
vetores: Qualquer resíduo depositado de maneira imprópria, além de degradar, exala
mau cheiro que põe em risco o meio ambiente e a saúde da população. O aglomerado
de resíduos contribui a proliferação de vetores como: moscas, mosquitos,
baratas e roedores que encontram nos resíduos alimentos, abrigo e condições
adequadas para reprodução e consequentemente causam doenças nos seres humanos. O
acondicionamento e coleta apropriada, e a reutilização das cascas de coco verde
contribui para melhorar a saúde, pois reduz as doenças causadas pela
proliferação destes vetores.


·                   
A emissão de gases
devido à decomposição do resíduo: Os resíduos do coco verde, como qualquer
outro resíduo de origem orgânica, sofrem um processo de decomposição devido a
ação de microorganismos. Durante este processo é produzido, entre outros gases,
o metano e o dióxido de carbono. Estes são Gases do Efeito Estufa - GEE. Efeito
estufa é o acréscimo constante da temperatura da terra devido à absorção da
radiação infravermelha terrestre pelos GEE, tais como: CO2 (dióxido
de carbono), CH4 (metano), N2O (óxido nitroso), CFC’s
(clorofluorcarbonos), dentre outros (LARA, 2002). O efeito estufa é responsável
pela manutenção da temperatura do planeta, porém a quantidade excessiva de GEE
devido às ações antrópicas tende a aprisionar os raios solares e a aumentar a
temperatura da Terra e, como conseqüência, ocasiona o aquecimento global. Com
isso, o aproveitamento da casca do coco verde irá reduzir as emissões dos GEE.


·                   
O impacto visual: O
acondicionamento inadequado dos resíduos ocasiona a poluição visual, devido a isso,
as cascas provenientes da venda de água de coco “in natura” na orla de
Salvador, contribuem para a poluição visual da cidade, devido a estes resíduos serem
armazenados de forma incorreta ou jogados pela areia da praia. Como somente
durante a noite é realizada a limpeza e a coleta na praia, a poluição visual
permanece durante todo o dia, causando aversão aos turistas, esportistas e a
população que frequentam as praias.





VANTAGENS DO USO DE BRIQUETES


            De
acordo com os dados das empresas especializadas, as principais vantagens do uso
de briquetes em relação a lenha são: produz menos fumaça, cinza e fuligem; menor
custo; produto 100% reciclado e ecológico; formato geométrico que facilita o
transporte, manipulação e armazenamento; redução do impacto, principalmente
sobre as florestas nativas, para retirada da lenha; menor índice de poluição,
pois se trata de um combustível renovável; não há necessidade de regulamentação
ambiental pelos órgãos Federal, Estadual e Municipal; maior densidade; maior poder
calorífico; 01 tonelada de briquete pode substituir aproximadamente 1,96
toneladas de lenha.





CONSUMO DOS BRIQUETES


         O
mercado consumidor de briquetes é bem amplo, pois ele pode ser utilizado em
residências, churrascarias, padarias, olarias, frigoríficos, pizzarias,
lareiras, dentre outros.


     Segundo
Silveira (2008), o município de Salvador concentra a maioria dos
estabelecimentos sendo da atividade alimentícia a maior demanda de lenha. Salvador
é o município com o maior consumo de lenha da Região Metropolitana de Salvador
- RMS seguido por Camaçari onde as atividades industriais e alimentícias também
são responsáveis pelo consumo de lenha desta cidade.


        A
utilização das cascas de coco verde geradas na orla de Salvador para produzir briquetes
deve atender a um mercado de consumidores diversificados e amplos, em toda a RMS
e nos municípios vizinhos. O uso deste produto deveria ser incentivado pelo IMA
– Instituto do Meio Ambiente, em empreendimentos passíveis de licenciamento
ambiental, podendo implicar em alguns benefícios para o empreendedor como:
redução da taxa de licenciamento, certificados de garantia ambiental e nos
empreendimentos que não necessitam de licença ambiental o Poder Público poderia
incentivar o uso dos briquetes, reduzindo alguns custos com impostos e
diminuindo os juros dos empréstimos financeiros.





HISTÓRICO DA BRIQUETAGEM


            A
técnica da briquetagem surgiu nos Estados Unidos em 1848, com uma patente
concedida a William Easby para um método de conversão de carvão miúdo em torões
sólidos, posteriormente foi disseminada por toda a Europa, sendo a tecnologia
da Alemanha utilizada hoje no Brasil, por meio da fabricação, inicialmente em Santa Catarina, da
briquetadeira da marca Biomax, adotada em várias empresas brasileiras na
conversão da matéria-prima em Briquete (FIEC, 2003; KOMAREK, 2007).





DEFINIÇÃO


            A
briquetagem é o processo de fabricação de briquete, que ocorre por meio da
compactação de resíduo no qual é destruída a elasticidade natural das fibras do
mesmo. Esta destruição pode ser realizada por dois processos: alta pressão e/ou
alta temperatura. O processo provoca a “plastificação” da lignina, que atua
como elemento aglomerante das partículas dos resíduos ligno celulosicos, uma
razão muito importante da não necessidade de adicionar produtos aglomerantes
(resinas, ceras, dentre outros). Para que esta aglomeração tenha sucesso, necessita
da presença de uma quantidade de água, compreendida entre 8 a 15% de umidade, e que o
tamanho da partícula esteja entre 5
a
10 mm
(BIOMAX, 2007; BIOMACHINE, 2007).


            Segundo
Quirino (1991), a briquetagem é uma forma bastante eficiente para concentrar a
energia disponível da biomassa, pois 1,0 m3 de briquetes contém de 2 a 5 vezes mais energia que 1,0 m3 de resíduos.
Isso levando-se em consideração a densidade a granel e o poder calorífico médio
desses matérias.


            O
briquete pode ser utilizado como lenha, gerando calor ou vapor, como termoelétricas
para produção e comercialização de energia elétrica e queimadores de partículas
como ocorre na indústria de cerâmica vermelha, dentre outros. O trabalho aborda
a utilização dos briquetes para substituir a lenha.





PROCESSO DA
USINA DE BRIQUETAGEM


            Para
iniciar o processo de implantação de uma usina de briquetagem, é necessário
estudar a região onde se quer montar a usina, verificar a demanda de
matéria-prima para abastecer a usina (se constante ou sazonal.) além de
verificar o mercado consumidor do produto final (NACBRIQUETES, 2007).


            O
processo de produção de biomassa para geração de briquetes, pela empresa
Biomachine, acontece da seguinte maneira:


1 - Recebimento da matéria - prima


A matéria-prima é transportada do local onde foi
gerada até a usina de briquetagem, onde ficará armazenada até a sua utilização.


2 – Triturador


A matéria-prima será triturada a fim de obter a granulométria
de 05 a 10 mm, necessária para o
processo de briquetagem.


3 – Secador


Esta etapa é importante para deixar a matéria-prima
com a umidade de 3 a
15%, necessária para o processo de briquetagem.


Reduzir da umidade faz com que o briquete produzido
tenha um alto poder calorífico e com isso, uma maior eficiência energética.


4 – Briquetagem


Após a secagem, a matéria-prima é transportada até
a máquina briquetadeira, para a produção de briquetes.


5 – Embalagem


Depois de terminado o processo, o briquete será embalado
em sacos de papelão ou sacos de ráfia.


6 – Estocagem para expedição


Os briquetes embalados deverão ficar armazenados
sob pallets em uma área coberta até a venda.





CONCLUSÃO


            A
tecnologia utilizada para a produção de briquetes proporciona a não geração do
impacto ao meio ambiente, devido ao aproveitamento das cascas do coco verde que
antes eram dispostos no aterro. A utilização dos briquetes para substituição da
lenha fomenta a sua utilização, mesmo que sua queima é menos poluente e mais
eficaz do que a queima da lenha, pois a produção de CO2 da combustão
do briquete é compensada pela redução de corte das árvores, que consomem o CO2
no seu processo de fotossíntese.


            O
beneficiamento da casca do coco para a produção de briquetes é uma proposta de
solução para o impacto visual na orla da cidade do Salvador, minimização de proliferação
de vetores no local onde é feito o acondicionamento das cascas, além da redução
dos resíduos dispostos no aterro.





REFERÊNCIAS


LORA, Electo Eduardo Silva. Prevenção
e controle da poluição nos setores energético, industrial e de transporte.

Editora interciência. 2 ed. Rio de janeiro, 2002. cap 5, 63-94p.





SANTOS. Fabiano Pereira dos. Meio
Ambiente e Poluição.
Jus navigandi. Teresina. Ano 08. nº 201. Jan 2004.


Disponível em: <http://www.ecolnews.com.br/artigo_01:htm-69k>


Acesso em: 18 Abr 2011.





SILVEIRA. Monica Silva. Aproveitamento das cascas de coco verde para produção
de briquete em Salvador – BA.
Ano
2008.


Disponível em:


<http://www.teclim.ufba.br/site/material_online/dissertacoes/dis_monica_silveira.pdf>Acesso em: 17 Abr 2011.


Publicado por Environmental Manager

Graduando em Tecnólogo em Gestão Ambiental pelo Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE) - Salvador Bahia (BR), já atuou como Técnico Ambiental na área de Educação Ambiental e Coleta Seletiva, elabora projetos socioambientais, realiza pesquisas de campo e escreve artigos.

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